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Nascemos completos e passamos a viver sempre assim
Nascemos completos e passamos a viver sempre assim

 

A minha adolescência foi muito adequada, sei lá, segundo o senso comum, eu estudei na 3° melhor escola, mas antes fora a 1° melhor. Estudava de manhã, de tarde e, quase sempre, aos sábados. Tá. Eu não ganhei nenhuma medalha de ouro como os coleguinhas Hihi. Mas não me interessava, eu sempre gostei de escrever. Tá. É o grande amor da minha vida!! Mas não desprezo a ciência. Lembro-me que vivia na biblioteca em volta de uma mesa cheia de amigos, os quais tenho até hoje, lá faziamos os nossos planos para o futuro. "Eu vou fazer isso, vou fazer aquilo, vou deixar de fazer isso, blá blá." 

Tinhamos o controle de tudo, contabilizamos os dias para terminar a faculdade, porque depois dissos seríamos felizes, mesmo ainda estando no último ano, e BINGO!! O tempo passou... Tem passado... 

Agora eu já estou quase me formando novamente. E, pra minha surpresa, meu pai virou-se para mim e disse: "Você ainda não cresceu, na verdade, você nunca vai crescer para mim. Os filhos nunca crescem."

 

      ...

 

O que eu queria

 

Quando eu era uma criança, e depois adolescente, torcia pra crescer logo. Sim. Queria mesmo ficar mais velha para ser levada a sério logo, porque a sensação que tinha era a de que ninguém me ouvia.
Queria ter amigos bons e verdadeiros. Queria trabalhar logo, porque "viver" de uma mesada escassa não me parecia coisa digna. Queria ter uma conta bancária logo, porque achava que isso atestaria minha maturidade.
Queria ser logo adulta, para ver - daquela fase - o que de bom a vida me traria. 
E sonhava, porque pensava que o melhor da vida só aconteceria lá: no depois.

 

...

 


Hoje sou adulta. 

 


Já se passaram duas décadas e mais "alguma coisa". Amadureci. Não estou na melhor fase da minha vida. Tirei esse tipo de racíocinio pequeno da minha cabeça. Estou sendo bem realista, porque hoje consigo ver tudo de maneira mais clara. A vida me parece mais clara.
Tenho bons amigos, aos quais amo. Consegui superar velhas mágoas. Amo mais a minha família. Aprendi a amar a Deus!

Ah, também tenho conta bancária.
Com o tempo, naturalmente, pude compreender melhor o significado das palavras: fé, amor, família e amizade. 
Hoje consigo amar, mesmo sem esperar pela recíproca..


A certeza da morte é algo que também me parece mais "palpável". Às vezes isso parece assustador, de tão real que é!

Quando eu era apenas uma criança, ou mesmo adolescente, não "tinha" que me preocupar com essas coisas. 
Lá, tudo parecia um sonho perfeito e suave. Dormia sempre um sono despreocupado. 
Meu corpo quase nunca se queixava de dores e tinha uma disposição e vitalidade preciosíssimos!

Há muito tempo, ouvi dizer que a vida é passageira. Só agora entendo isso de maneira mais profunda. 
Pode parecer paradoxo, mas às vezes sinto saudades daquela época. Às vezes queria voltar no tempo. Mas sei que não dá...

Finalmente cheguei a uma conclusão, após meditar nessas coisas; e que chega a ter o peso de decisão:

Sempre estamos completos. O problema é que nem sempre reconhecemos isso!

Salvador, 05 de Outubro de 2014.

 

Mônica Fernandes