Rotina. São quase 03h da manhã e insisto em ficar acordada parecendo uma serelepe maníaca querendo terminar as obrigações. Chata. Sem graça. Monótona. Tá. Pior que isso só aquelas pessoas idiotas que vivem disso, e só disso. Apenas isso. Enquanto o silêncio da rua, da casa e de todos circulam pelo ar, na verdade, se perdem pelo ar. Eu me perco irremediavelmente e irreversivelmente em meus pensamentos, segura de que estou fazendo o certo. Lembrando. Lembrando de qualquer coisa que durou tempo suficiente pra me fazer sentir alguém ativamente feliz. Existe um esforço e uma cobrança dentro de mim que me obriga a procurar pontes que me levam a minha intensidade máxima. Sede. Sede de viver, de descobrir, de viajar, de dançar, de cantar. Venhamos e convenhamos de vez enquando eu queria mandar todo mundo a merda. Sem discussão aqui, por favor! Até porque você não pode discutir, se ferrou, rá. Levanto para pegar um café. Dou um pulo lá fora. Volto. Sento em frente ao computador. E quero terminar esse texto sem nenhuma ficção. Não quero nada disfarçado de ficção. Afinal, estou falando de uma noite chata, de um dia chato. Nem meus bons livros poderiam me salvar, portanto, estão todos longe de mim. Agora, resolvo tirar tudo da minha cabeça. Não tenho medo do que se passa por ela. Algumas amigas e eu conversávamos ainda essa semana sobre o medo que uma delas tem por não sentir minimamente nenhum interesse por alguns homens que tem medo do que elas são. Independentes. Então eu fiquei pensando... Será que esse é o motivo da minha inquietação ou estou tomando muito café? Bom. Esse texto está prestes a ficar enorme, então sinta-se a vontade em parar por aqui. Não se preocupe, eu te entendo. Como eu estava falando... Não tenho medo de me perder nem de fazer a coisa errada, desde que faça alguma coisa. E mesmo que não tenha volta, não vou viver na angústia do se. Eu tenho o go for it. Medo de quebrar a cara é algo lamentável, triste, deserto sentimental. O Horror. O Horror não são os erros, são os passos para trás ou as hesitações na hora de cruzar a rua. Se um carro me atropelar, vai ser porque não olhei para os lados, não porque resolvi atravessar. Logo, pego toda a minha proteção, a bicicleta, o chiclete e tudo o mais, e penso que nem por isso deixaria de aproveitar o dia. Você me entende? Cada um aproveita a vida do jeito que lhe é conveniente. Mas é o seguinte rotina é isso mesmo. É sempre uma merda. É mentira, mas é tudo verdade. Talvez fosse a hora de encarar meu caminho e assumir o grande amor da minha vida: escrever. Logo agora a chuva está caindo forte. Da série coisas que devo fazer nos próximos minutos: apagar todas as luzes, deitar e dormir.
Salvador, 27 de Junho de 2014.
Mônica Fernandes